Equipamentos utilizados pela banda não eram adequados para ambientes fechados
Boate na Rua dos Andradas está sendo periciada Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
Humberto Trezzi e Marcelo Martins
Uma sucessão de erros, entre eles a economia de menos de R$ 70 reais, teria contribuído para a dimensão da tragédia que matou 234 jovens na boate Kiss. Na madrugada de domingo, a danceteria incendiou durante uma festa. Conforme o delegado Marcelo Arigony, os sinalizadores que provocaram o incêndio eram inadequados para lugares fechados. A banda optou por usar um artefato que custa R$ 2,5, quando o correto seria utilizar outro, que custa R$ 70 (esse sim, próprio para ambientes fechados).
Além deste problema, a Polícia Civil e o Ministério Público listaram, durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, uma série de outros problemas encontrados na danceteria, nesses dois primeiros dias de investigação. O alvará sanitário da casa noturna venceu há quase um ano, em 31 de março, e o do Plano de Prevenção Contra Incêndio venceu em 10 de agosto. Os extintores não funcionaram e não foram encontrados sinalizações luminosas de saída em funcionamento. Foram feitas reformas internas sem embasamento na lei. A espuma que forrava o teto era altamente inflamável, contrariando as normas técnicas.
Apesar dos alertas, o delegado Arigony, adotou uma postura de cautela e ponderou que apenas as investigações e os trabalhos da perícia poderão, de fato, constatar o que teria ocorrido na madrugada do último domingo, na casa noturna.
— Constatamos um série de irregularidades preliminarmente e a boate não deveria estar funcionando. Se houve negligência de uma outra força pública ou de quem quer que seja apenas a investigação e a perícia poderão nos dizer isso. Encaminharemos toda documentação ao MP — disse o delegado Arigony.
O promotor Cesar Augusto Carlan também segue a linha de cautela e esclareceu que à medida que os documentos — dos bombeiros e da prefeitura — será possível apontar eventuais falhas e responsáveis pela tragédia, que vitimou pelo menos 234 pessoas.
— Não temos ainda as provas concluídas para dizer onde houve a falha. Os trabalhos poderão apontar se houve falha da prefeitura, falta de fiscalização ou se o poder público agiu à revelia e se, até mesmo, contribuiu para essa tragédia — diz o promotor.
Já foram ouvidas, até o momento, 44 testemunhas e realizadas cinco ações de busca e apreensão. É com base nesses documentos que se pretende estabelecer quem são os verdadeiros donos do estabelecimento, ainda não totalmente identificados. O promotor Carlan adiantou que o MP estuda o indiciamento dos presos por homicídio culposo, ou com dolo eventual, quando o autor assume o risco de matar ao agir com extrema negligência.
O promotor Joel Dutra acredita que o MP não pode se limitar apenas à área criminal, mas também deve atentar para eventuais situações que deem indícios de improbidade administrativa.
— Não podemos nos preocupar só com com a área criminal, mas também com a área da improbidade administrativa. Claro, que se é que se vai se apurar que algum agente politico teve, de fato, alguma participação — avalia Joel Dutra.
Ao final da entrevista, manifestantes cercaram a Delegacia clamando por justiça.
Além deste problema, a Polícia Civil e o Ministério Público listaram, durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, uma série de outros problemas encontrados na danceteria, nesses dois primeiros dias de investigação. O alvará sanitário da casa noturna venceu há quase um ano, em 31 de março, e o do Plano de Prevenção Contra Incêndio venceu em 10 de agosto. Os extintores não funcionaram e não foram encontrados sinalizações luminosas de saída em funcionamento. Foram feitas reformas internas sem embasamento na lei. A espuma que forrava o teto era altamente inflamável, contrariando as normas técnicas.
Apesar dos alertas, o delegado Arigony, adotou uma postura de cautela e ponderou que apenas as investigações e os trabalhos da perícia poderão, de fato, constatar o que teria ocorrido na madrugada do último domingo, na casa noturna.
— Constatamos um série de irregularidades preliminarmente e a boate não deveria estar funcionando. Se houve negligência de uma outra força pública ou de quem quer que seja apenas a investigação e a perícia poderão nos dizer isso. Encaminharemos toda documentação ao MP — disse o delegado Arigony.
O promotor Cesar Augusto Carlan também segue a linha de cautela e esclareceu que à medida que os documentos — dos bombeiros e da prefeitura — será possível apontar eventuais falhas e responsáveis pela tragédia, que vitimou pelo menos 234 pessoas.
— Não temos ainda as provas concluídas para dizer onde houve a falha. Os trabalhos poderão apontar se houve falha da prefeitura, falta de fiscalização ou se o poder público agiu à revelia e se, até mesmo, contribuiu para essa tragédia — diz o promotor.
Já foram ouvidas, até o momento, 44 testemunhas e realizadas cinco ações de busca e apreensão. É com base nesses documentos que se pretende estabelecer quem são os verdadeiros donos do estabelecimento, ainda não totalmente identificados. O promotor Carlan adiantou que o MP estuda o indiciamento dos presos por homicídio culposo, ou com dolo eventual, quando o autor assume o risco de matar ao agir com extrema negligência.
O promotor Joel Dutra acredita que o MP não pode se limitar apenas à área criminal, mas também deve atentar para eventuais situações que deem indícios de improbidade administrativa.
— Não podemos nos preocupar só com com a área criminal, mas também com a área da improbidade administrativa. Claro, que se é que se vai se apurar que algum agente politico teve, de fato, alguma participação — avalia Joel Dutra.
Ao final da entrevista, manifestantes cercaram a Delegacia clamando por justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário