Coronel Sérgio Roberto de Abreu atribuiu declarações sobre responsabilidades no incêndio na boate de Santa Maria à perplexidade com a tragédia
Coronel Sérgio Roberto de Abreu concedeu entrevista coletiva no quartel general do comando da Brigada Militar Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Sérgio Roberto de Abreu, considera que as declarações feitas ao longo do domingo, horas após a tragédia em Santa Maria que deixou 235 mortos, podem ter sido interpretadas de outra forma pela opinião pública.
Por tentar eximir a BM e o Corpo de Bombeiros de responsabilidades na liberação do alvará de funcionamento da boate Kiss, Abreu foi alvo de duras críticas do governador Tarso Genro na tarde de terça-feira.
— No momento da comoção, certamente uma ou outra declaração parece soar para a comunidade como se fosse uma coisa absurda — disse o comandante em entrevista coletiva nesta manhã.
Abreu salientou a amplitude da tragédia, "algo que nunca tinha visto em 35 anos" de corporação. No entanto, elogiou a rapidez dos bombeiros no atendimento às vítimas, a mobilização e o acolhimento às famílias.
Vencido desde agosto de 2012, o alvará de funcionamento da boate deveria ser renovado após nova inspeção do Corpo de Bombeiros, que não teria sido feita por "questões administrativas", segundo o comandante, pois "depende da demanda" de Planos de Prevenção Contra Incêndios (PPCI):
— O Corpo de Bombeiros fez a inspeção em 2011 e a espuma (do teto) não estava lá. Também não conheço na legislação a obrigatoriedade de portas de emergência em lados opostos, diz apenas que elas têm de ficar o mais afastado possível.
Ainda de acordo com o coronel, depoimentos de testemunhas relatam a presença de cerca de 1,5 mil pessoas no estabelecimento, mais que o dobro da capacidade máxima permitida:
— Se estivessem somente as 691 pessoas da capacidade, em dois minutos elas teriam saído do local.
O comandante dos bombeiros na Capital, tenente-coronel Adriano Krukoski, garantiu a abertura de dois procedimentos internos para investigar possíveis responsabilidades da corporação. Conforme ele, toda a documentação da Kiss já foi enviada para a Polícia Civil.
— Vamos fazer uma investigação técnica para determinar por que esse sinistro ocorreu. E também abrimos um inquérito policial para avaliar se nossos procedimentos foram adotados corretamente — disse Krukoski.
O tenente-coronel afirmou que o Corpo de Bombeiros já trabalha junto com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) para estudar mudanças nas normas de segurança em casas de festas. A corporação busca ainda aumentar o seu poder de polícia para fiscalizar as danceterias.
Conheça as vítimas da tragédia
Como aconteceu
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, pelo menos 235 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
Por tentar eximir a BM e o Corpo de Bombeiros de responsabilidades na liberação do alvará de funcionamento da boate Kiss, Abreu foi alvo de duras críticas do governador Tarso Genro na tarde de terça-feira.
— No momento da comoção, certamente uma ou outra declaração parece soar para a comunidade como se fosse uma coisa absurda — disse o comandante em entrevista coletiva nesta manhã.
Abreu salientou a amplitude da tragédia, "algo que nunca tinha visto em 35 anos" de corporação. No entanto, elogiou a rapidez dos bombeiros no atendimento às vítimas, a mobilização e o acolhimento às famílias.
Vencido desde agosto de 2012, o alvará de funcionamento da boate deveria ser renovado após nova inspeção do Corpo de Bombeiros, que não teria sido feita por "questões administrativas", segundo o comandante, pois "depende da demanda" de Planos de Prevenção Contra Incêndios (PPCI):
— O Corpo de Bombeiros fez a inspeção em 2011 e a espuma (do teto) não estava lá. Também não conheço na legislação a obrigatoriedade de portas de emergência em lados opostos, diz apenas que elas têm de ficar o mais afastado possível.
Ainda de acordo com o coronel, depoimentos de testemunhas relatam a presença de cerca de 1,5 mil pessoas no estabelecimento, mais que o dobro da capacidade máxima permitida:
— Se estivessem somente as 691 pessoas da capacidade, em dois minutos elas teriam saído do local.
O comandante dos bombeiros na Capital, tenente-coronel Adriano Krukoski, garantiu a abertura de dois procedimentos internos para investigar possíveis responsabilidades da corporação. Conforme ele, toda a documentação da Kiss já foi enviada para a Polícia Civil.
— Vamos fazer uma investigação técnica para determinar por que esse sinistro ocorreu. E também abrimos um inquérito policial para avaliar se nossos procedimentos foram adotados corretamente — disse Krukoski.
O tenente-coronel afirmou que o Corpo de Bombeiros já trabalha junto com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) para estudar mudanças nas normas de segurança em casas de festas. A corporação busca ainda aumentar o seu poder de polícia para fiscalizar as danceterias.
Conheça as vítimas da tragédia
Como aconteceu
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, pelo menos 235 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
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